bleka

registro: 08/07/2008
A PAZ é a recompensa de seguir seu coração.
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Despedidas

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E se eu for embora por instantes, seu gesto será de tristeza?
Se eu for embora por instantes, não devolverei o afeto que até então me foi ofertado. Se eu for embora, prometa deixar a porta fechada para eu não titubear.

E se for à tardinha, espero que o sol, em um ato de solidariedade, desbote no horizonte. Quero sair apressada, para não dar tempo às lembranças e fingir que tudo evaporou da memória. 
Não irei esfuziante e nem alardearei os motivos, aliás, a única coisa acalentadora é que foi bom.

Tivemos dias generosos, todavia mergulhamos em aflições.

Nunca fomos proprietários de tranquilidade.

Se eu for embora, irei lembrar das promessas de tonalidade que sentenciavam um horizonte feliz.

Quando eu sair, será de uma forma despojada, sem,

contudo parecer livre.

Farei apenas para não esgarçar a guardada felicidade.

A propósito, o que será de mim quando sair?

Continuarei com a habitual descompostura que me mantém viva.

Nunca adiei a felicidade.

Sei que ela foi decorrente das porções generosas da convivência, que um dia esqueceu de prosseguir a estrada colorida de girassóis.

Então, nada mais se junta ou acumula.

Não há investimentos dentro do peito.

Sairei sem ruído.

E se eu decidir ir colecionarei coragem para chorar, lavando a alma e retirando o pó infinitas vezes ou até que se feche a ferida, cerzida de boas recordações.

Finalmente batizarei essa vivência de um amanhecer para a vida

Ita Portugal

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Te cuida...

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Por favor, preste atenção se as janelas estão fechadas. 

Não fique descalço, coloque uma blusa mais quente. 

Não deite sem antes tomar algo quente. 
No inverno se aqueça e no verão, ande mais solto. 

Durma só o necessário e ao acordar apresse-se para viver. 

Não tome chuviscos, não perca tempo nas esquinas. 

Cuidado com sua renite. 

Se tiver um pouco de tempo, adote um bom livro, comova-se com as conversas, isso faz muito bem.

Tudo que eu desejo é que as tardes te sejam alegres, as noites mais quentes e o amanhecer mais doce. 

Uma coisa eu te peço, aliás, peço logo duas; apague sempre as luzes 

e caminha olhando para os lados para não se perder nas estradas. 

Arrume um tempinho para ajeitar suas gavetas, tomar um gole de vinho, fazer uma massa suculenta, colocar as contas em dia.

Não se esqueça de ligar para os amigos e também para a família.

Não fique muito tempo sozinho, pois a solidão às vezes nos faz mal. 

Cuide do seu carro, molhe as plantas, dê uma voltinha na praça.

 Continue suas corridas logo cedo, isso vai te fazer bem. 

Tenha mais paciência. 

Respeite suas lágrimas, mas seque todas assim que caírem. 

Eu fico preocupada com você. 

Responde os bilhetes, dá uma olhada em seus e-mails, 

mas principalmente não se assuste com o escuro do quarto. 
Lembre-se de tomar seus remédios, mas para insônia o melhor é um espírito tranquilo e uma xícara de chá. 

Quero também saber notícias daqueles seus projetos. 

Lembre-se que você merece todas as chances, inclusive para colocar em prática sua ousadia guardada. 

Seja ousado, quando a oportunidade aparecer. 

Acalente seus sonhos, aprimore suas qualidades. 

Abasteça sua esperança, fortaleça a sua auto-estima, considere suas limitações, lute pelo seu espaço, demita suas dúvidas e alargue sua esperança. 

Insista sempre.
Economize os clichês. 

Veja o pôr do sol.

 Faça um poema, ou uma linha de versos suaves. 

Não alimente seus medos, acredite nas preces, mas faça vingar sua força interior. 
Eu ainda te peço, confie nos seus sentimentos e não fique sozinho. 

Caminhe confiante, escute conselhos, guarde suas recordações e aqueça seus pés. 

Lembre-se de sorrir para o presente e carregue no peito apenas as coisas boas.

 Distancie-se das durezas. 

Dê vida às suas emoções. 

Não se afaste de você. 

Aposte nos acertos e recomece sempre. 

Deixe a porta aberta, caso chegue um novo amor.

Se algo der certo, cuide disso. 

Se nada der certo, se cuide. 

Ita Portugal

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É PRECISO IR EMBORA...

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Ir embora é importante para que você entenda que você não é tão importante assim, 

que a vida segue, com ou sem você por perto.

Pessoas nascem, morrem, casam, separam e resolvem os problemas que antes você acreditava só você resolver.

É chocante e libertador – ninguém precisa de você pra seguir vivendo.

Nem sua mãe, nem seu pai, nem seu ex-patrão, 

nem sua empregada, nem ninguém.

Parece besteira, mas a maioria de nós tem uma noção bem distorcida da importância do próprio umbigo-

novidade para quem sofre deste mal -

ninguém é insubstituível ou imprescindível.

Lide com isso.
É preciso ir embora.
Ir embora é importante para que você veja que você é muito importante sim!

Seja por 2 minutos, seja por 2 anos, quem sente sua falta não sente menos ou mais porque você foi embora – apenas sente por mais tempo!

O sentimento não muda.

Algumas pessoas nunca vão esquecer do seu aniversario,

você estando aqui ou na Austrália.

Esse papo de “que saudades de você, vamos nos ver uma hora” é politicagem.

Quem sente sua falta vai sempre sentir e agir.

E não se preocupe, pois o filtro é natural.

Vai ter sempre aquele seleto e especial grupo que vai terminar a frase

 “Que saudade de você…” com “por isso tô te mandando esse áudio”;

ou “porque tá tocando a nossa música”

ou “então comprei uma passagem”

ou ainda “desce agora que tô passando aí”.

Então vá embora.

Vá embora do trabalho que te atormenta.

Daquela relação que você sabe não vai dar certo.

Vá embora “da galera” que está presente quando convém.

Vá embora da casa dos teus pais.

Do teu país.

Da sala.

Vá embora.

Por minutos, por anos ou pra vida.

Se ausente, nem que seja pra encontrar com você mesmo.

Quanto voltar – e se voltar – 

vai ver as coisas de outra perspectiva, lá de cima do avião.

As desculpas e pré-ocupações sempre vão existir.

Basta você decidir encarar as mesmas como elas realmente são:

do tamanho de formigas.

Fabrício Carpinejar via Engenheiro Andarilho

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FELIZ ANIVERSÁRIO...


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Ela sabe que é um pensamento improdutivo, mas mesmo assim se preocupa com a passagem do tempo, parece uma menina assustada diante do acúmulo de números que sua idade vem ganhando. 

Não entende onde foram parar seus 16 anos, seus 21, seus 29, seus 35, seus 42. 
Ora, onde eles podem estar? Todos ainda dentro dela.
Ao assoprar as velas, a sensação é a de que o passado também se apaga e um presente totalmente novo é inaugurado. Sendo virgem da nova idade, é como se estivesse nascendo naquele específico dia com pequenas rugas e manchas surgidas subitamente, e não trazidas do antes.

Como se estivesse vindo ao mundo na manhã do festejado dia com os quilos, as dores e os limites de um adulto recém-nascido e com uma expectativa de vida mais curta, sem nenhum registro do tempo transcorrido até ali, aquele tempo que sumiu. 
Sumiu nada. 
Você tem seus 16 anos para sempre.

Seus 21.

Seus 25 e todos os outros números que contabilizou a cada aniversário:

você tem oito anos, você tem 19, você tem 37.

Você só ainda não tem o que virá, mas os anos que viveu ainda estão sendo vividos, são eles que, 

somados, lhe transformaram no que é hoje.

Sua idade atual não é uma estreia, você não nasceu com esses anos todos que sua carteira de identidade 

diz que você tem.

Só o dia do seu nascimento foi uma estreia.

Desde então você nunca mais saiu de cena.

Ainda estão em curso seus primeiros minutos de vida. 
Você ainda sente o nervosismo das primeiras vezes, as mesmas dúvidas diante das escolhas, 

o afeto por pessoas que foram importantes lá atrás, a adrenalina dos riscos corridos.

Nada disso evaporou.

O ontem segue agindo sobre você, segue interferindo na sua trajetória.

É a mesma viagem, a mesma navegação.

O meio de transporte é seu corpo, e ele ainda não atracou. 
Mas e todo aquele peso extra que você um dia jogou ao mar? 
Não muda nada.

A viajante que durante o percurso vem se desfazendo de algumas coisas continua sendo você.

Aquele instante aos 19 anos ou aos 26 em que você cruzou o olhar com alguém que modificaria seu futuro continua acontecendo, o ponteiro continua se mexendo, o tempo não parou.

Desiludem-se os amantes apaixonados que, quando se instalam num amor maduro, não encontram mais a mágica anterior que fazia o tempo parar, mas não se deve ser tão fatalista, 

você não tem 18 anos, ou 37, ou 53. 

Você tem 18, 37 e 53.

No que tange o tempo vivido, não há “ou”.

São várias idades contidas numa frequência cardíaca ininterrupta. 
Você chegou a uma idade gloriosa, a idade de entender que não existe perda, só ganhos. 

Não existe envelhecimento, e sim desenvolvimento constante.

O tempo não passa, ele está sempre conosco.

O novo não ficou para trás, ao contrário, o novo está adiante:

na vida que ainda está por vir.

 

Martha Medeiros

 

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Não julgue as pessoas...

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Um jovem de 24 anos, olhando pela janela de um trem, gritou: 

"Pai, olhe as árvores andando para trás!"
O pai sorriu e um casal que estava sentado próximo a eles olhou para o comportamento infantil do rapaz de 24 anos com piedade.
De repente, o rapaz novamente exclamou: 

"Pai, veja as nuvens correndo com a gente!"
O casal não resistiu. 

Eles pensaram que o rapaz era mentalmente deficiente e disseram para o velho: 
"Por que você não o leva a um bom médico?"
O velho sorriu e disse...

"Eu fiz isto e acabamos de sair do hospital. 

Meu filho era cego de nascença e acabou de ganhar estes olhos hoje..."

Moral: 
Cada pessoa no planeta tem uma história. 
Não julgue as pessoas antes de realmente conhecê-las.
 A verdade pode te surpreender...

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