madridd1997

 
registro: 11/05/2008
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Ode ao gato - Artur da Távola

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Ode ao gato - Artur da Távola

Bichos polêmicos sem o querer, porque sábios, mas inquietantes, talvez porisso. Nada é mais incômodo que o silencioso bastar-se dos gatos. O só pedir a quem amam. O só amar a quem os merece. O homem quer o bicho espojado, submisso, cheio de súplica, temor, reverência, obediência. O gato não satisfaz as necessidades doentias do amor. Só as saudáveis. Lembrei, então, de dizer, dos gatos, o que a observação de alguns anos me deu. Quem sabe, talvez, ocorra o milagre de iluminar um coração a eles fechado? Quem sabe, entendendo-os melhor, estabelece-se um grau de compreensão, uma possibilidade de luz e vida onde há ódio e temor? Quem sabe São Francisco de Assis não está por trás do Mago Merlin, soprando-me o artigo?
Já viu gato amestrado, de chapeuzinho ridículo, obedecendo às ordens de um pilantra que vive às custas dele? Não! Até o bondoso elefante veste saiote e dança a valsa no circo. O leal cachorro no fundo compreende as agruras do dono e faz a gentileza de ganhar a vida por ele. O leão e o tigre se amesquinham na jaula. Gato não. Ele só aceita uma relação de independência e afeto. E como não cede ao homem, mesmo quando dele dependente, é chamado de arrogante, egoísta, safado, espertalhão ou falso. "Falso", porque não aceita a nossa falsidade com ele e só admite afeto com troca e respeito pela individualidade. O gato não gosta de alguém porque precisa gostar para se sentir melhor. Ele gosta pelo amor que lhe é próprio, que é dele e ele o dá se quiser.
O gato devolve ao homem a exata medida da relação que dele parte. Sábio, é espelho. O gato é zen. O gato é Tao. Ele conhece o segredo da não-ação que não é inação. Nada pede a quem não o quer. Exigente com quem ama, mas só depois de muito certificar-se. Não pede amor, mas se lhe dá, então ele exige. Sim, o gato não pede amor. Nem depende dele. Mas, quando o sente, é capaz de amar muito. Discretamente, porém sem derramar-se. O gato é um italiano educado na Inglaterra. Sente como um italiano mas se comporta como um lorde inglês.

Quem não se relaciona bem com o próprio inconsciente não transa o gato. Ele aparece, então, como ameaça, porque representa essa relação precária do homem com o (próprio) mistério. O gato não se relaciona com a aparência do homem. Ele vê além, por dentro e pelo avesso. Relaciona-se com a essência. Se o gesto de carinho é medroso ou substitui inaceitáveis (mas existentes) impulsos secretos de agressão, o gato sabe. E se defende do afago. A relação dele é com o que está oculto, guardado e nem nós queremos, sabemos ou podemos ver. Por isso , quando surge nele um ato de entrega, de subida no colo ou manifestação de afeto, é algo muito verdadeiro, que não pode ser desdenhado. É um gesto de confiança que honra quem o recebe, pois significa um julgamento.
O homem não sabe ver o gato, mas o gato sabe ver o homem. Se há desarmonia real ou latente, o gato sente. Se há solidão, ele sabe e atenua como pode (ele que enfrenta a própria solidão de maneira muito mais valente que nós). Se há pessoas agressivas em torno ou carregadas de maus fluidos, ele se afasta. Nada diz, não reclama. Afasta-se. Quem não o sabe "ler" pensa que “ele não está ali”. Presente ou ausente, ele ensina e manifesta algo. Perto ou longe, olhando ou fingindo não ver, ele está comunicando códigos que nem sempre (ou quase nunca) sabemos traduzir. O gato vê mais e vê dentro e além de nós. Relaciona-se com fluidos, auras, fantasmas amigos e opressores. O gato é médium, bruxo, alquimista e parapsicólogo. É uma chance de meditação permanente a nosso lado, a ensinar paciência, atenção, silêncio e mistério. O gato é um monge portátil à disposição de quem o saiba perceber. Monge, sim, refinado, silencioso, meditativo e sábio monge, a nos devolver as perguntas medrosas esperando que encontremos o caminho na sua busca, em vez de o querer preparado, já conhecido e trilhado. O gato sempre responde com uma nova questão, remetendo-nos à pesquisa permanente do real, à busca incessante, à certeza de que cada segundo contém a possibilidade de criatividade e de novas inter-relações, infinitas, entre as coisas.
O gato é uma lição diária de afeto verdadeiro e fiel. Suas manifestações são íntimas e profundas. Exigem recolhimento, entrega atenção. Desatentos não agradam os gatos. Bulhosos os irritam. Tudo o que precise de promoção ou explicação, quer afirmação. Vive do verdadeiro e não se ilude com aparências. Ninguém em toda natureza aprendeu a bastar-se (até na higiene) a si mesmo como o gato!Lição de sono e de musculação, o gato nos ensina todas as posições de respiração ioga. Ensina a dormir com entrega total e diluição recuperante no Cosmos. Ensina a espreguiçar-se com a massagem mais completa em todos em todos os músculos, preparando-os para a ação imediata. Se os preparadores físicos aprendessem o aquecimento do gato, os jogadores reservas não levariam tanto tempo (quase 15 minutos) se aquecendo para entrar em campo. O gato sai do sono para o máximo de ação, tensão e elasticidade num segundo. Conhece o desempenho preciso e milimétrico de cada parte do seu corpo, a qual ama e preserva como a um templo. Lição de saúde sexual e sensualidade. Lição de envolvimento amoroso com dedicação integral de vários dias. Lição de organização familiar e de definição de espaço próprio e território pessoal. Lição de anatomia, equilíbrio, desempenho muscular. Lição de salto. Lição de silêncio. Lição de descanso. Lição de introversão. Lição de contato com o mistério, com o escuro, com a sombra. Lição de religiosidade sem ícones. Lição de alimentação e requinte. Lição de bom gosto e senso de oportunidade. Lição de vida, enfim, a mais completa, diária, silenciosa, educada, sem cobranças, sem veemências, sem exigências.
O gato é uma chance de interiorização e sabedoria posta pelo mistério à disposição do homem. "Gatos são poemas ambulantes".

Artur da Távola.


MULHER!!!

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MULHER!!!

Mostra ao mundo sua força,

Quem você é...
O seu coração,
Sendo feminista,
Não perde a emoção.

Mulher pequenina,
Flor menina,
Canção, busca seu espaço,
Com os pés no chão.

Mulher adolescente,
Metamorfose vivente,
Torna-se carente,
Insistente, resistente.

Mulher... mulher,
Homens se curvam,
Nas suas curvas
Profundas, confusas.

Mulher mãe,
Reflexo de Deus,
Impõe e se impõe,
O mundo compõe.

Mulher idade,
Maturidade, essência,
Sensibilidade, emoção,
Tem a idade... do coração.

Mulher mundo,
Abraçando tudo,
Conquista e ensina,
Feminista e feminina.

Mulher que escolhe,
Escolhida, poesia,
Rebeldia, magia,
Da rosa, o perfume do dia.

Mulher dona da vida,
Canta, encanta,se desmancha,
Lembrada, esquecida,esplendor,
MULHER... sobrenome... AMOR.


Marisa de Medeiros



Filme da vida...

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Filme da vida...

Já me culpei
Pedi perdão
Me perdoei
E voltei...

Já senti medo
De algum segredo
Que revelado
Me libertei
E voltei...

Já acumulei mágoas
E ressentimentos
Magoei gente
Me magoei
E voltei...

Já senti dor
De desamor
Fui amada
Amei muito
E voltei...

Já tive sonhos
Alguns tristonhos
Outros risonhos
Sonhei demais
E voltei...

Já tive a vida
Atrapalhada
Um vendaval
Passei mal
E voltei...

Ainda tenho alguns...
Medos e mágoas
Dores e sonhos
Vida e amor
E voltei...

Pra desatar os nós
Pular os contras
Me dar conta
Que mudei
E voltei...

Mudei a cena
Do filme da vida
Coadjuvante...protagonista
Eterna aprendiz...com muito amor

Ousei...cresci...
E voltei...

Marisa de Medeiros



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Sensível demais...

Sensível demais...

Ando sensível demais...

Choro por bobeira
Me dou inteira
As vezes sou ágil
Outras tão frágil

Sonhar...imaginar
Incondicionalmente amar

Ando sensível demais...

Tão desligada pareço acreditar
Em Coelhinho da Páscoa
Papai Noel... isso me atrapalha
Sinto uma dor cruel

Ando sensível demais...

Preciso de um lugar mágico
Como um encanto
E num encontro
Chorar meu pranto

Ando sensível demais...

Quero aquela Rosa Vermelha
Perfumando meu mundo
Acalentando meus ais
Estou assustada demais

Ando sensível demais...

Chorar,chorar...mais e mais
Vou voar no vento
Rabiscar nas estrelas
Meus sonhos e ideais

Ando sensível demais...

Marisa de Medeiros


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Poeminha Amoroso

 


Poeminha Amoroso


Este é um poema de amor
tão meigo, tão terno, tão teu...
É uma oferenda aos teus momentos
de luta e de brisa e de céu...
E eu,
quero te servir a poesia
numa concha azul do mar
ou numa cesta de flores do campo.
Talvez tu possas entender o meu amor.
Mas se isso não acontecer,
não importa.
Já está declarado e estampado
nas linhas e entrelinhas
deste pequeno poema,
o verso;
o tão famoso e inesperado verso que
te deixará pasmo, surpreso, perplexo...
eu te amo, perdoa-me, eu te amo..."

¬ Cora Coralina ¬


Um dia de Amor e Luz!