bleka

registro: 08/07/2008
A PAZ é a recompensa de seguir seu coração.
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Mas recomeçar é preciso...

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Todos os dias nos deparamos com um fim diferente.

O fim de uma amizade, fase, ciclo, amor, trabalho, de um projeto ou de uma vida. 

Aprendemos, com o tempo, a sermos uma boa pessoa, aprendemos a lidar com os nossos erros, medos, 

vitórias, conquistas, obstáculos com a vida, mas nunca, 

em hipótese alguma, aprendemos a lidar com um final.

O fim é triste, doloroso, frio e solitário.

O fim te tira da zona de conforto e te faz experimentar uma vida que você não tinha antes...

Ele pode te levar por um caminho melhor, ou pior, depende de você, mas independente do que possa 

acontecer do outro lado da ponte, você sofre com um fim.

Sofre para atravessá-la e o mais doloroso é conseguir andar sem olhar para trás.

Ser forte é essencial.

Saiba que independente do fim, você não pode parar para se lamentar por muito tempo.

O mundo não respeita aqueles que param.

Viva um fim, mas não seja um.

Os que partiram da sua vida, não te pertencem mais e tudo o que foi embora, não merece por muito tempo a 

sua atenção, você tem uma vida e é preciso vivê-la.

Não desista, a vida pode ser difícil, mas nunca injusta.

Junte seus trapos, recolha seus cacos e siga em frente.

Lembre- se que depois de um fim, sempre surge um novo recomeço e tudo o que é pra ser seu, 

nem o tempo te tira."

 

Bianca Vasconcellos

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Vou ali e já volto...

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Vou ali a já volto.
Vou sem seu consentimento buscar a ternura perdida, sem desfazer as ousadias e os improvisos que transformam todas as histórias numa boniteza escrita capaz de deixar qualquer intelectual babando.

Vou ali, encontrar no outono, tudo que ficou caído por falta de alguém disposto a recolher.

Volto logo, apenas o tempo de achar a saída da solidão. O tempo de esperar florir a primavera. O tempo de seduzir a vida para caminhar a meu favor.
Volto em poucos minutos. Estou apenas procurando o lugar do afeto, a resposta para a pergunta, o brilho da estrela que ficou opaca, a tradução do poema de palavras difíceis, a estrada mais plana para chegar a liberdade. 

Vou ali. Volto em breve com a prece decorada. 

Com o coração aliviado. Com a certeza que irá conduzir a verdade. Volto bem cedinho, aliás na mesma madrugada, sem mais nenhum apelo para seguir em frente. Sem medo do acaso. Sem fechaduras, sem trancas, sem receios, sem escoras, sem ensaios, sem treinos. Sem desconforto, sem ferrugem, sem protocolos, sem soluções infalíveis, sem caixinha de remédios, sem nada e cheia de liberdade.

Vou ali. Já volto. 

Vou só olhar as esquinas que me perdi. O cansaço que me abateu. A esperança que me fugiu. O sentido que me alvoroçou a confiança. 

Vou ali buscar o mundo e dispensar a inutilidades. 

Vou ali gritar no vácuo para ouvir a força de minha voz.

Vou ali crescer, aprender, resolver, engolir, digerir, suprimir, negociar, jogar fora o que não mais funciona. 

Vou ali esperar que a sorte me pertença. 

Vou ali habitar na liberdade.
Ita Portugal

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DESABAFO...

Há que se ter muito cuidado em uma hora de dor, para que não se cometam injustiças...
Uma sucessão de erros é o que se tem visto nesta tragédia que se abateu sobre Santa Maria no RGS...
Não quero mais ver nada...

Porém fica dentro de mim uma pergunta que não cala:
NAS MÃOS DE QUEM ESTAMOS ENTREGANDO A SEGURANÇA DOS NOSSOS FILHOS E NETOS, SOBRINHOS E AMIGOS, NO MOMENTO EM QUE ESTÃO SE DIVERTINDO?
Responsabilidades a parte, qual mãe e pai vai ter paz daqui em diante neste País, qdo um filho sair porta afora pra ir a uma danceteria ou show...
Dói assistir uma jovem dizer que perdeu 25 amigos em um evento que era pra ser feliz...
Já vivi o suficiente pra poder me colocar no lugar destas pessoas e dizer que não dá nem pra chegar perto do que elas sentiram ao tentar sair do lugar e das famílias de cada uma que não conseguiu voltar...
Estou chocada demais...

Como que sufocada pela fumaça...
Dirão alguns que foi uma fatalidade...
Com certeza foi...

Mas altamente previsível e anunciada como são todas as que vemos pela tela da TV...
Perdoem pelo desabafo, mas é hora de cada um de nós, de qualquer lugar deste País, fazer algo, minimamente que seja, para exigir que as normas de segurança sejam cumpridas...

Porque elas já existem...
Ou ainda teremos muitas lágrimas pra derramar...

Bom fim de domingo pra vcs...


A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS...

A MAIOR TRAGÉDIA DE NOSSAS VIDAS


Morri em Santa Maria hoje.

Quem não morreu?

Morri na Rua dos Andradas, 1925.

Numa ladeira encrespada de fumaça. 

A fumaça nunca foi tão negra no Rio Grande do Sul.

Nunca uma nuvem foi tão nefasta. 

Nem as tempestades mais mórbidas e elétricas desejam sua companhia.

Seguirá sozinha, avulsa, página arrancada de um mapa. 

A fumaça corrompeu o céu para sempre.

O azul é cinza, anoitecemos em 27 de janeiro de 2013. 

As chamas se acalmaram às 5h30, mas a morte nunca mais será controlada. 

Morri porque tenho uma filha adolescente que demora a voltar para casa. 

Morri porque já entrei em uma boate pensando como sairia dali em caso de incêndio. 

Morri porque prefiro ficar perto do palco para ouvir melhor a banda. 

Morri porque já confundi a porta de banheiro com a de emergência.

Morri porque jamais o fogo pede desculpas quando passa. 

Morri porque já fui de algum jeito todos que morreram. 

Morri sufocado de tanta morte; como acordar de novo? 

O prédio não aterrisou da manhã, como um avião desgovernado na pista. 

A saída era uma só e o medo vinha de todos os lados.

Os adolescentes não vão acordar na hora do almoço.

Não vão se lembrar de nada.

Ou entender como se distanciaram de repente do futuro.

Mais de duzentos e cinquenta jovens sem o último beijo da mãe, do pai, dos irmãos.

Os telefones ainda tocam no peito das vítimas estendidas no Ginásio Municipal. 

As famílias ainda procuram suas crianças. As crianças universitárias estão eternamente no silencioso. 

Ninguém tem coragem de atender e avisar o que aconteceu.

As palavras perderam o sentido.

 

Fabrício Carpinejar