madridd1997

 
registro: 11/05/2008
Trate os defeitos dos outros com a mesma consideração que lida com os seus
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Aos que vão casar...-Artur da Távola

Aos que não casaram,
Aos que vão casar,
Aos que acabaram de casar,
Aos que pensam em se separar,
Aos que acabaram de se separar.
Aos que pensam em voltar...

Não existem vários tipos de amor, assim como não existem três tipos de saudades, quatro de ódio, seis espécies de inveja.
O AMOR É ÚNICO,
como qualquer sentimento, seja ele destinado a familiares, ao cônjuge ou a Deus.

A diferença é que, como entre marido e mulher não há laços de sangue,
A SEDUÇÃO
tem que ser ininterrupta...

Por não haver nenhuma garantia de durabilidade, qualquer alteração no tom de voz nos fragiliza, e de cobrança em cobrança, acabamos por sepultar uma relação que poderia
SER ETERNA

Casaram. Te amo pra lá, te amo pra cá. Lindo, mas insustentável. O sucesso de um casamento exige mais do que declarações românticas.
Entre duas pessoas que resolvem dividir o mesmo teto, tem que haver muito mais do que amor, e às vezes, nem necessita de um amor tão intenso. É preciso que haja, antes de mais nada,
RESPEITO.
Agressões zero.

Disposição para ouvir argumentos alheios. Alguma paciência... Amor só, não basta. Não pode haver competição. Nem comparações. Tem que ter jogo de cintura, para acatar regras que não foram previamente combinadas. Tem que haver
BOM HUMOR
para enfrentar imprevistos, acessos de carência, infantilidades.
Tem que saber levar.

Amar só é pouco.
Tem que haver inteligência. Um cérebro programado para enfrentar tensões pré-menstruais, rejeições, demissões inesperadas, contas para pagar.
Tem que ter disciplina para educar filhos, dar exemplo, não gritar.
Tem que ter um bom psiquiatra. Não adianta, apenas, amar.

Entre casais que se unem , visando à longevidade do matrimônio, tem que haver um pouco de silêncio, amigos de infância, vida própria, um tempo pra cada um.
Tem que haver confiança. Certa camaradagem, às vezes fingir que não viu, fazer de conta que não escutou. É preciso entender que união não significa, necessariamente, fusão.
E que amar "solamente", não basta.

Entre homens e mulheres que acham que
O AMOR É SÓ POESIA,
tem que haver discernimento, pé no chão, racionalidade. Tem que saber que o amor pode ser bom pode durar para sempre, mas que sozinho não dá conta do recado.

O amor é grande, mas não são dois.
Tem que saber se aquele amor faz bem ou não, se não fizer bem, não é amor. É preciso convocar uma turma de sentimentos para amparar esse amor que carrega o ônus da onipotência.
O amor até pode nos bastar, mas ele próprio não se basta.

Um bom Amor aos que já têm!
Um bom encontro aos que procuram!
E felicidades a todos nós

 


Se não estivesse fora de moda...

Se não estivesse fora de moda...

Eu iria falar de Amor!
Daquele amor sincero,
olhos nos olhos,
frio no coração.

Aquela dorzinha gostosa,
de ter muito medo de
perder tudo.

Daqueles momentos que só
quem já amou um dia,
conhece bem.

Daquela vontade de repartir,
de conquistar todas as coisas...

Mas não para retê-las no
egoísmo material da posse,
mas doá-las no sentimento
nobre de amar.

Se não estivesse fora de moda...

Eu iria falar de Sinceridade!
Sabe, aquele negócio antigo
de fidelidade, respeito mútuo,
e outras coisas mais.

Aquela sensação que embriaga
mais que a bebida, que é ter,
numa só pessoa, a soma
de tudo que as vezes
procuramos em muitas.

A admiração pelas virtudes,
aceitação dos defeitos...

E sobretudo, o respeito pela individualidade,
que até
julgamos nos pertencerem,
sem o direito de possuir.

Se não estivesse tão fora de moda...
Eu iria falar em Amizade!
Na amizade que deve existir
entre duas pessoas que se querem.

O apoio, o interesse, a
solidariedade de uns
pelas coisas dos outros
e vice-versa.

A união além dos sentimentos
e a dedicação de compreender
para depois gostar.

Se não estivesse tão fora de moda...

Eu iria falar em Família!
Sim! Família!!!
Pai, mãe, irmãos, irmãs,
filhos, lar...

O bem maior de ter uma
comunidade unida pelos
laços sanguíneos e protegidas pelas
bençãos divinas.

Um canto de paz no mundo,
o aconchego da morada,
a fonte de descanso
e a renovação das energias.

Família...

O ser humano cumprindo
sua missão mais sublime de
seqüenciar a obra do criador.

E depois...

Eu iria até, quem sabe,
falar sobre algo como...
a Felicidade!

Mas é pena que a felicidade,
como tudo mais, há muito
tempo já está fora de moda.

Sabe de uma coisa...

Me sinto feliz por estar
tão fora de moda!

E você?

Também está fora de moda como eu?

Espero que sim!!!


A MULHER RESOLVIDA.....

Dar não é fazer amor.
Dar é dar.
Fazer amor é lindo, é sublime, é encantador.
Mas dar é bom pra cacete.
Dar é aquela coisa que alguém te agarra pelos cabelos...
Te chama de nomes que eu não escreveria aqui...
Não te vira com delicadeza...
Não sente vergonha de ritmos animais.
Dar é bom.
Melhor do que dar, só dar por dar.
Dar sem querer casar
Sem querer apresentar pra mãe.
Sem querer dar o primeiro abraço de Ano Novo.
Dar por que o cara te esquenta a coluna vertebral.
Te amolece as pernas.
Te molha o instinto.
Dar por que a vida de uma mulher “moderna” é estressante...
E dar relaxa.
Dar por que se você não der pra ele hoje, vai dar amanhã.
Tem caras pra quem você vai acabar dando, não tem jeito.
Dar sem esperar ouvir promessas, sem esperar ouvir carinhos, sem esperar ouvir futuro.
Dar é bom, na hora.
Durante um mês.
Para as mais desavisadas, talvez anos.
Mas dar é dar demais e ficar vazia.
Dar não é ganhar.
É não ganhar um ‘eu te amo’ baixinho no meio do escuro.
É não ganhar uma mão no ombro quando o caos parece te sugar.
É não ter alguém pra casar, pra apresentar pra mãe, pra dar o primeiro abraço de Ano Novo.
Dar é inevitável, dê mesmo, dê sempre, dê muito!
Mas dê mais ainda, muito mais do que qualquer coisa, uma chance ao amor.
Esse sim é o maior tesão.
Esse sim relaxa, cura o mau humor, ameniza todas as crises.
Se você for chata, suas amigas te perdoam.
Se você for brava, as suas amigas perdoam.
Até se você for magra, as suas amigas perdoam.
Agora, experimente ser amada...


A elegância do comportamento ....

Existe uma coisa difícil de ser ensinada e que, talvez por isso, esteja
cada vez mais rara: a elegância do comportamento.

É um dom que vai muito além do uso correto dos talheres e que
abrange bem mais do que dizer um simples obrigado diante de uma gentileza.

É a elegância que nos acompanha da primeira hora da manhã até a
hora de dormir e que se manifesta nas situações mais prosaicas, quando
não há festa alguma nem fotógrafos por perto.

É uma elegância desobrigada.
É possível detectá-la nas pessoas que elogiam mais do que criticam.
Nas pessoas que escutam mais do que falam. E quando falam, passam
longe da fofoca, das pequenas maldades ampliadas no boca a boca.
É possível detectá-la nas pessoas que não usam um tom superior de voz
ao se dirigir a frentistas.
Nas pessoas que evitam assuntos constrangedores porque não sentem
prazer em humilhar os outros.
É possível detectá-la em pessoas pontuais.

Elegante é quem demonstra interesse por assuntos que desconhece,
é quem presenteia fora das datas festivas, é quem cumpre o que promete
e, ao receber uma ligação, não recomenda à secretária que pergunte
antes quem está falando e só depois manda dizer se está ou não está.

Oferecer flores é sempre elegante.
É elegante não ficar espaçoso demais.
É elegante não mudar seu estilo apenas para se adaptar ao de outro.
É muito elegante não falar de dinheiro em bate-papos informais.
É elegante retribuir carinho e solidariedade.

Sobrenome, jóias e nariz empinado não substituem a elegância do gesto.
Não há livro que ensine alguém a ter uma visão generosa do mundo,
a estar nele de uma forma não arrogante.
Pode-se tentar capturar esta delicadeza natural através da observação,
mas tentar imitá-la é improdutivo.
A saída é desenvolver em si mesmo a arte de conviver, que independe
de status social: é só pedir licencinha para o nosso lado brucutu, que
acha que com amigo não tem que ter estas frescuras.
Se os amigos não merecem uma certa cordialidade, os inimigos é que
não irão desfrutá-la.
Educação enferruja por falta de uso. E, detalhe: não é frescura.


Dous Horizonte Fecham nossa vida....

Dous horizonte fecham nossa vida:

Um horizonte, — a saudade
Do que não há de voltar;
Outro horizonte, — a esperança
Dos tempos que hão de chegar;
No presente, — sempre escuro, —
Vive a alma ambiciosa
Na ilusão voluptuosa
Do passado e do futuro.


Os doces brincos da infância
Sob as asas maternais,
O vôo das andorinhas,
A onda viva e os rosais.
O gozo do amor, sonhado
Num olhar profundo e ardente,
Tal é na hora presente
O horizonte do passado.


Ou ambição de grandeza
Que no espírito calou,
Desejo de amor sincero
Que o coração não gozou;
Ou um viver calmo e puro
À alma convalescente,
Tal é na hora presente
O horizonte do futuro.


No breve correr dos dias
Sob o azul do céu, — tais são
Limites no mar da vida:
Saudade ou aspiração;
Ao nosso espírito ardente,
Na avidez do bem sonhado,
Nunca o presente é passado,
Nunca o futuro é presente.


Que cismas, homem? — Perdido
No mar das recordações,
Escuto um eco sentido
Das passadas ilusões.
Que buscas, homem? — Procuro,
Através da imensidade,
Ler a doce realidade
Das ilusões do futuro.


Dous horizontes fecham nossa vida.

Machado de Assis